Encontrar alguém com quem queremos passar o resto da vida é algo maravilhoso, mas a verdade é que ao dares esse passo, existem outras decisões que precisam de ser tomadas e por vezes não são tão românticas, tal como gerir as finanças do casal.
É normal que só te apeteça pensar na decoração da vossa primeira casa ou planear uma viagem a dois – e não em como vão pagar aquela conta e se vão usar, ou não, o cartão de crédito. Mas são estes os assuntos típicos de uma vida em comum, e sobretudo de um relacionamento saudável. Isto porque, é importante que juntos consigam falar de forma realista e honesta, sobre as vossas finanças pessoais até ao momento e daqui para a frente enquanto casal.
Deves agora estar a perguntar-me: Qual é o melhor momento para começar a falar sobre finanças em casal?
O ideal é que falem antes de pensarem em casar ou morar juntos, isto porque devem perceber quais são as vossas despesas pessoais, em conjunto, dívidas que possam ter e claro, quais os vossos rendimentos mensais.
E não, não é má ideia descobrir com antecedência algumas situações que desconheciam sobre o outro e como gerem as vossas próprias finanças pessoais, isto porque falar sobre este assunto agora pode prevenir situações mais difíceis ao longo da vossa vida a dois.
Por isso, aqui estão 5 passos que deves seguir se queres organizar e gerir as finanças do casal:
Revê as tuas finanças pessoais
Sim, o primeiro passar é mesmo este. De nada adianta quereres fazer um plano financeiro com o teu parceiro (ou parceira), se não tens as tuas finanças pessoais em ordem nem sabes muito bem qual o valor total dos teus gastos no final do mês: despesas com a casa, gastos com alimentação, ginásio, roupa, etc. Olhem para as vossas finanças pessoais de forma individual, e analisem a fundo os vossos extratos bancários. Antes de quereres dar este grande passo e tomarem decisões em conjunto é importante que tenhas a noção de como anda a saúde das tuas finanças pessoais. Esta ferramenta vai ajudar-vos muitos neste passo e nos seguintes.
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Avaliem o vosso perfil de gastos
É verdade quando dizem que os opostos atraem-se. Por isso mesmo, é possível que, também no campo das finanças pessoais, estejam a lidar com esta situação. Talvez tu sejas uma pessoa mais poupada e o teu parceiro não saiba sequer o que é ter uma conta poupança. Ou talvez, a tua cara metade viva a vida a planear mensalmente o seu orçamento, mas tu não fazes ideia de quanto gastas em takeaway. Se ao fazerem o vosso plano perceberam que há questões financeiras que devem resolver primeiro individualmente (liquidar uma dívida do cartão de crédito, por exemplo) antes de criar uma conta poupança em casal, não há problema. O importante é que tenham noção de como estão as vossas finanças pessoais e sejam honestos um com o outro. Lembrem-se que todas as decisões que venham a tomar, vão impactar a vossa vida familiar futuramente.
Definam objetivos enquanto casal
Não devem apenas analisar as despesas mensais, mas também ter em conta os vossos objetivos a longo prazo. Talvez queiram começar a poupar para casar, comprar uma casa, ter filhos ou fazer uma viagem.
Se estão agora a começar a falar sobre finanças a dois, é normal que essas metas possam parecer ainda muito distantes, mas se não começarem agora a planear (e a poupar) para as atingir, mais difícil e moroso será com o passar do tempo. E sim, este tipo de objetivos a longo prazo, que tem impacto na vida de ambos, exige que ambos estejam de acordo sobre o que desejam para o vosso futuro enquanto casal.
Analisem todas as opções possíveis
Depois de terem analisado o vosso plano financeiro individual, devem ponderar quais os benefícios de todas as opções possíveis e ao vosso dispor. Respondam a questões como: Querem ter uma poupança em conjunto ou fazem-na individualmente? Pretendem usar apenas um dos vossos ordenados para pagar as contas e poupar o vencimento do outro numa conta conjunta? Quais são os vossos objetivos financeiros enquanto casal? Planeiam ter uma conta conjunta ou querem apenas manter as vossas contas individuais?
E não, digo-te já que não existe uma fórmula certa ou a errada. Não há a melhor resposta, nem uma que funcione para todos. Isto porque, o importante, é que se sintam confortáveis com a vossa decisão.
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Cumpram o que ficou decidido
Com os vossos planos financeiros e objetivos definidos, é hora de descobrir como combinar as finanças – ou não combinar. E se optarem por juntar gerir as finanças pessoais em conjunto, isso não significa que tenha de ser até ao último cêntimo.
Se já analisaram as vossas contas bancárias, já falaram honestamente sobre os vossos gastos e dívidas, objetivos a longo prazo que vos envolvem aos dois, e sobre aquilo que se sentem (ou não) confortáveis em fazer, então está na hora de tomarem decisões. Algo importante a ter em conta é também quem se sente mais confortável para gerir as finanças do casal no dia-a-dia. Se ambos decidirem, de forma voluntária, que um de vocês fica encarregue dessa tarefa, e se é o melhor para vocês, decisão tomada.
Honestamente, o que te aconselho é que sejam ambos a fazê-lo. Não deixem essa tarefa a cargo de apenas um de vocês, isto porque são decisões que afetam o casal e pode, muita vezes, acabar por vos afetar negativamente. Façam essa análise mensal das vossas finanças e em conjunto.
Estas são algumas das opções mais comuns, que muitas pessoas preferem na hora de organizar e gerir as finanças do casal:
- Podem optar por manter as vossas contas à ordem independentes, onde cada um recebe o seu vencimento. No final do mês, cada um transfere para uma conta conjunta uma parte do seu vencimento para que de lá sejam feitos os pagamentos mensais (pagamento da renda, compras do supermercado, água, luz, internet…). Quanto aos gastos pessoais, poderão ser feitos a partir das vossas contas individuais.
- Podem escolher ter apenas uma conta conjunta corrente, onde ambos os ordenados são creditados e usam-na como a vossa conta diária tanto para as despesas da casa como para os vossos outros gastos. Nesta opção há que ter atenção que caso um de vocês queira comprar, por exemplo, um telemóvel novo, tenha a noção que está a usar também o dinheiro da outra pessoa. Daí a importância de serem sempre honestos um com o outro.
- Podem escolher ter contas de poupança separadas ou em conjunto. Desde que saibam que ambos se estão a esforçar para atingirem os vossos objetivos pessoais e em casal, tudo é válido.
As opções são tantas que poderia continuar a enumerá-las. E mesmo assim, nunca teria uma resposta certa para te dar, porque o que deves ter em conta é aquilo que se sentem confortáveis em fazer. Nenhuma opção é melhor do que a outra, porque cada um tem uma experiência diferente quando se trata de finanças pessoais. Devem sim respeitar o que ficou acordado e falar abertamente, um com o outro, quando algo não correu bem (porque vai acontecer).
Dica Extra
Revisitem as vossas decisões.
As finanças pessoais não são algo estático. Ao longo da vida mudamos de emprego, decidimos voltar a estudar, temos filhos… Existem vários fatores que podem mudar totalmente a perspectiva das finanças do casal. Então, analisem e ajustem o que for preciso de forma regular, transparente e honesta.