Vou ser honesta, organizar as finanças pessoais não é algo que me deixe extasiada e fique a ansiar todas as semanas – mas é fundamental. Talvez já te tenhas apercebido que a inflação não está a estagnar e os preços dos alimentos (e de tudo o resto) dispararam. É geral sim, mas tu podes tomar uma decisão hoje mesmo: acabar com certas coisas que estão a destruir as tuas finanças pessoais.
Analisar o teu extrato bancário não tem de ser uma dor de cabeça, assim como acabar com certos hábitos que não são benéficos – porque afinal é a tua saúde financeira que está em jogo.
Decidi abordar 7 temas que nos tocam a todas quando o assunto é finanças pessoais. E vou por o dedo na ferida ao apontar os erros que já cometi e talvez tu ainda estejas a cometer.
Aqui estão sete coisas que estão a destruir as tuas finanças pessoais:
Não Criar um Orçamento
Acredito que a palavra orçamento pode não ser a mais apelativa quando falamos de finanças pessoais, talvez queiras ouvir “como ganhar mais dinheiro”, ou algo do género. Mas este é o primeiro passo para começar e por um bom motivo. A ideia de ter um orçamento é ajudar na gestão do dinheiro e perceber para onde estás a gastar.
Se não tens um orçamento, podes chegar a gastar muito dinheiro em pequenas coisas, como pedidos de Uber Eats ou pequenos-almoços fora de casa. Ou até em coisas maiores, como um carro novo que afinal não precisavas ou aquelas férias que no fundo sabes que não podes pagar. Quando tens um orçamento, podes estabelecer um plano para gastar o teu dinheiro com coisas que realmente te fazem falta. Calma, não estou a dizer que não mereces umas férias… Mas talvez tenhas de adiar as duas semanas nas Maldivas e optar por conhecer melhor o nosso país.
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Não Pedir um Aumento
Embora reduzir o quanto gastas é efetivamente uma estratégia inteligente para construir riqueza, é importante que continues a aumentar os teus rendimentos. Quando foi a última vez que fizeste as contas e percebeste que não ganhas o suficiente para o volume de trabalho que entregas? Negociar um aumento merecido pode mudar drasticamente a tua situação financeira.
E se a resposta for não, porque a verdade é que a empresa para a qual trabalhas pode estar a passar por uma fase mais atribulada, já pensaste em criar o teu próprio emprego em paralelo com o teu atual trabalho? Podes seguir um sonho antigo, algo que adoras fazer… Começa exatamente por aí, trabalha arduamente sempre que possas e quem sabe se não se torna no teu full-time.
Comprar uma Casa que Não Podes Pagar
Em Portugal ainda se vive muito com a ideia de que quem tem uma casa enorme é feliz e tem uma “boa vida” longe de preocupações com dinheiro. Mas isso não é bem assim, até porque o tamanho da casa não significa que o seu proprietário tenha uma boa saúde financeira.
Comprar um imóvel porque sentes algum tipo de pressão social para fazê-lo não te irá ajudar em nada, muito menos nas tuas finanças pessoais. Lembra-te que ao estares a comprar uma casa, seja ela de que valor for, estás a hipotecar o teu futuro. Lá porque agora podes ter acesso a um crédito bancário para comprar uma moradia T6 com piscina, será que a entrada necessária para te concederem o crédito te deixará sem poupanças? E será que com o aumento da inflação e a subida das taxas de juro irás conseguir pagar sempre as tuas prestações ou irás ter que fazer um enorme esforço mensal?
Pensa no teu futuro, talvez a casa dos teus sonhos possa esperar mais uns anos.
Comprar um Carro com Recurso a Crédito
Sempre se considerou que um imóvel é um ativo financeiro, pois dependendo de alguns fatores, raramente desvaloriza. No entanto, se falarmos de um automóvel a história já é outra. Um carro perde valor assim que sai do stand. Logo, não se pode dizer que ter um carro é estar a construir património – mesmo tratando-se de um topo de gama. E muito menos recorrendo a crédito bancário, isto porque estás a pagar juros mensalmente sobre o valor pedido e a menos que tenhas investimentos suficientes para que o valor que tiras em dividendos chegue para pagar esse valor mensal ao banco – então é um erro.
Sim, eu sei que aquele casal teu amigo comprou um carro lindo e pareceu um excelente negócio, mas será que é o ideal para ti? Analisa as tuas finanças pessoais, vê até que valor podes gastar e sempre que possível compra o carro a pronto, sem desfalcar as tuas poupanças.
Compras com Cartão de Crédito
Já falei diversas vezes sobre o risco do uso do cartão de crédito. Se usado de forma imprudente pode tornar-se num vício impossível de quebrar e causar prejuízos.
Usar um cartão de crédito para comprar uma TV maior porque estava em promoção, aqueles sapatos da nova coleção que viste na montra da loja, ou mesmo as prendas de Natal é destruir por completo as tuas finanças pessoais. Se não se trata de uma emergência, não uses o cartão de crédito. E mesmo para emergências deverias ter uma conta específica, como quando um eletrodoméstico se avaria, por exemplo. Há pontos positivos no uso do cartão de crédito, claro, e falo disso mesmo aqui.
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Não traçar objetivos
Todas nós temos objetivos e coisas que queremos fazer na vida. A maioria desses objetivos vem com um impacto financeiro. Por exemplo, queres comprar a tua primeira casa, ir viver para outra cidade, dar a volta ao mundo ou mesmo mudar de carreira? O dinheiro pode ajudar-te ou atrapalhar esses objetivos. Como? – perguntas tu. Porque efetivamente vais precisar dele, e tudo depende de quanto consegues amealhar para conseguires viver com o mínimo de preocupações possível. Isto porque as contas para pagar vão continuar a surgir, e portanto ter um fundo de emergência ou uma conta poupança, vai ajudar-te muito.
Definir objetivos financeiros vai permitir-te atingir aquilo a que te propões e sonhas conseguir. Sem metas ou sem um plano acabarás por gastar o teu dinheiro em coisas que não importam assim tanto.
Deixar as coisas para “amanhã”
A procrastinação… este ponto é algo bem pessoal e contra ele lutei muitas vezes. Nem sempre fui fã de organizar as minhas finanças, deixava para amanhã o preenchimento do meu Excel, o cancelamento de subscrições ou mesmo encontrar uma conta bancária que fosse mais vantajosa para mim. O problema é que “o amanhã” pode virar “daqui a um ano”, e aí já se passaram meses onde não investiste e por isso já estás a perder dinheiro.
Podes destinar as tarefas ligadas às finanças pessoais para dias que sabes que te podes concentrar e analisar mais a fundo. Se queres e precisas de poupar, começa já hoje a tratar disso e lê este artigo. Se queres subscrever um PPR, começa a ler mais sobre o assunto, a pesquisar o que é mais vantajoso para ti e avança. No futuro, vais ficar muito grata por teres tomado a iniciativa ainda hoje.

